domingo, 12 de dezembro de 2010

A Princesa da Neve



Enquanto se vão preparando materiais para publicar aqui neste espaço, deixo mais uma sugestão. Vou contar esta história e espero que os meninos gostem dela. Eu gostei...


A história não é muito original. Trata-se de um texto baseado na "Bela Adormecida" (onde, curiosamente a princesa não adormece). Imaginem uma princesa num castelo de gelo, durante cem anos, com um coração gelado... Imaginem um urso branco que afinal é... Imaginem...

Pois é, há que percorrer o livro, magistralmente ilustrado, e ler esta história encantadora de amor e felicidade. Uma história que se faz acompanhar por umas delicadas ilustrações que são um regalo para o olhar e fascinam por completo o leitor. Um livro para todas as idades, pois como sabemos não há idade para os livros...

Um deleite para a vista, o ouvido e o tacto.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Fiadeiras de Histórias


Divulgo uma actividade que poderá interessar a alguns. São sessões de contos promovidas pelas Bibliotecas Municipais de Lisboa. As artes circenses e a palavra do conto aliam-se num mundo único...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mãe, Não Pises a Minha Sombra


Mãe, Não Pises a Minha Sombra venceu o Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009. Cá fica sugestão e o convite para o lançamento.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Maior Flor do Mundo

Hoje acabámos mais uma partilha de experiências (muito ricas) de que iremos dando conta neste espaço. A pedido de alguns, e lembrando-me de outros, deixo este filme que serviu de mote para falar de um projecto. O livro é sobejamente conhecido e foi apresentado nesta aventura que partilhámos. O filme... julgue cada um por si.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Shadow




Lembram-se de A Onda? E Espelho?

Pois bem, Suzy Lee, a autora destes dois fantásticos álbuns, publicou um outro na mesma linha. Ainda não existe em Portugal, mas deve estar aí a aparecer. O título original é Shadow e conta a história de uma menina, de um espaço às escuras e de um interruptor de luz...

Como sempre, neste mundo sem palavras, as ilustrações têm uma força poderosa. De uma simplicidade invejável (a carvão e amarelo) capturam o poder da imaginação. A duas cores, apresenta-se uma aventura que começa e acaba com um click num interruptor de luz...

O livro gira em torno da interacção que se estabelece entre luz, sombra e imaginação. Assim, de um lado da página temos os objectos e, do outro lado, as sombras que os mesmos projectam. A história é um pouco mais complexa do que as anteriores, pois obriga a um olhar mais atento para uma boa decifração da mensagem.

Suficientemente acessível para crianças - mesmo as mais novas - e suficientemente sofisticado para adultos, este álbum traz à luz o mundo das sombras...


A não perder!


terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Pequeno Inventor


Como prometido, aqui fica o álbum O Pequeno Inventor, uma óptima ferramenta de trabalho para executar Workshops de "invenção".




Trata-se um álbum narrativo que propõe, numa época em que quase não se valoriza a habilidade manual e a criatividade infantil, um regresso a um tempo onde a construção do brinquedo era valorizada (e era uma alegria).


As ilustrações são simultaneamente simples e expressivas e o livro funciona como proposta de actividade para o leitor.


O autor é coreano e o livro conta a história de Noma, um menino que quer construir um comboio...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Orelhas de Borboleta


Pediram-me um livro com o qual se pudesse trabalhar o (por vezes difícil) processo de aceitação . Lembrei-me deste. Pode ser que ajude em alguma coisa.




Mara tem orelhas de abano...mas a mãe explica-lhe que, afinal, as suas orelhas são orelhas de borboletas que voam em torno da cabeça e podem colorir as coisas feias.


Assim começa a história de uma menina tão positiva que nos dá uma lição magistral sobre como superar as carências e transformar os defeitos em vantagens.
Num jogo de palavras, com encanto e ternura, as pequenas coisas difíceis de ouvir vão-se transformando, de forma mágica, na imaginação de Mara.

Assente na estrutura da lengalenga (com perguntas e respostas), o livro revela uma sensibilidade que leva o leitor ao mundo das formas, cores, emoções e sentimentos. As ilustrações, arredondadas e cheias de cor, reflectem alegria e optimismo, sendo de grande originalidade e força.
Já agora, uma referência à figura materna - cheia de doçura - que é vital na história (e na vida), pois não só dá à menina as armas para que se aceite, como lhe dá a ajuda necessária no difícil caminho da aceitação.

É um livro ideal para trabalhar com as crianças a empatia, o respeito pelos outros e pelas suas diferenças. É, também, uma óptima ferramenta para ensinar a criança a ver o lado positivo das coisas, a forma de gostar de si própria e de se aceitar como é.


Assim sendo, pela sua estética, pelo seu entretenimento e pela sua mensagem, Orelhas de Borboleta é um livro completo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Aquiles, o Pontinho


No início da história é só um pontinho no meio de uma folha branca. Depois, o pontinho vai-se colorindo e inventa-se...


Um livro verdadeiramente poético, com uma história contada em poucas palavras e um traço quase geométrico, a fazer lembrar os desenhos das crianças.

É perfeito para falar da evolução das coisas e do próprio ser humano... Ou seja, para contar aos meninos a "sua " própria história.


A história fala da metamorfose e da liberdade. Da liberdade individual nem sempre fácil de conquistar. Não basta crescer, é preciso um esforço para crescer no melhor dos mundos...

O livro aborda, desta maneira metafórica, a origem das coisas e também a aventura de "ser". E fá-lo através da história do pontinho que aparece numa folha em branco e que, pouco apouco, se vai transformando num ser que começa a ver, a pensar e que tem um nome. Um ser que é curioso e ganha pernas para explorar o mundo que há para lá da folha em branco...

Um processo de crescimento que seguimos através de palavras simultaneamente descritivas e poéticas e de ilustrações que são uma proposta plástica arrebatadora - umas colagens a fazer lembrar Miró.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Oh, As Cores!



Nada melhor do que começar o ano de forma colorida. Por isso, deixo a sugestão deste belíssimo livro.


O álbum percorre a gama cromática através de pequenos poemas, estabelecendo relações inusitadas com objectos, sensações e sentimentos... O olhar não basta para que existam as cores: estas devem viver-se, nomear-se e ... comer-se.

As linhas dos textos traçam-se com inteligência e podem-ler-se de maneira independente (página por página)ou formando um só poema.

Adivinha-se no livro um traço característico deste autor: o convite à transgressão do quotidiano, ao fim dos lugares-comuns e das ideias pré-concebidas sobre as crianças. Cria-se, então, uma atmosfera entre leitor e poema, na qual o autor consegue desenhar o rosa, o azul e o violeta de uma forma simplesmente original.

Depois, há as imagens. Imagens que vão para lá do simples complemento visual do texto, servindo como uma espécie de trampolim para potenciar os versos.

Este é, assim, um livro para saborear com todos os sentidos.

Foi vencedor do prémio Hans Christian Andersen.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Projecto "Saquinha Dos Sonhos"


A Sala Verde do Jardim de Infância da Conquinha 2 vai promover um Projecto em torno da leitura.
Cumprindo o espírito de partilha de ideias que pautou as sessões da Acção "Era Uma Vez...ou a Arte de Contar" , aqui fica a informação sobre a "Saquinha dos Sonhos", cujo principal objectivo é fomentar a leitura envovendo os pais.

Esperamos que esta actividade sirva de inspiração para muitas outras e que a leitura (por prazer) seja mesmo uma realidade nas nossas escolas.


(ilustração de Cosei Kaba)




JARDIM DE INFÂNCIA DA CONQUINHA 2
“PROJECTO SAQUINHA DOS SONHOS
DA SALA VERDE”


Desejamos que todas as crianças tenham as mesmas oportunidades de experiências com os livros, tendo em vista o futuro sucesso escolar.
Ler com a família, provoca uma relação afectiva muito importante para que os seus filhos venham a gostar de descobrir o livro, a leitura e a escrita.
Neste sentido, esta semana começamos a desenvolver uma actividade a que chamamos “saquinha dos sonhos”, que funcionará do seguinte modo:
Todas as 6ªs feiras, as crianças levarão para casa um livro, dentro de uma saquinha de pano, decorada por cada um, que ficará em suas casas durante o fim-de-semana e deverá voltar na 2ª feira seguinte, dentro da mesma saquinha.
Junto ao livro, irá um marcador com uma ficha de opinião que deverá ser preenchida conjuntamente por pai/mãe e filho/a, de cada vez que o livro vai para casa.
Alguns dos objectivos deste projecto são: Promover nas crianças hábitos de leitura, fomentar a leitura em contexto familiar, desenvolver estratégias que atribuam sentido à leitura estimulando o prazer de ler, promover nas crianças hábitos de leitura, fomentar o envolvimento dos pais na promoção da leitura, promover as competências parentais para a melhoria das interacções pais/filhos.

Educadora Luísa Ferreira

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Bom Recomeço!


Desejamos a todos os que colaboram com este espaço e a todos os que por aqui passam um bom recomeço e um excelente ano lectivo (cheio de muitas leituras).

(ilustração de Isabel Hojas)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

When I Am King

Deixo mais uma preciosidade. O autor, norueguês, é Sverre Frediksen. Importa saber que cada segundo de animação corresponde, em média, a cinco horas trabalho. As técnicas usadas são pirografia e stop-motion.


Paper Plane

Mais um pequeno filme cheio de criatividade. É de Margherita Premuroso.


terça-feira, 8 de junho de 2010

Prémios...


Os vencedores do Prémio Bienal "Hans Christian Anderson" - o mais prestigiado prémio internacional para o livro infantil - foram anunciados na Feira do Livro Infantil de Bolonha. São eles David Almond (conhecido entre nós com O Segredo do Senhor Ninguém, entre outros) e Jutta Bauer (editada em Portugal com A Rainha das Cores, entre outros).

Uma sugestão para leitura nas férias que se vão aproximando.

Agakuke e a Princesa Putri Tellur


Nos dias 8 e 9 de Julho, n'O Bichinho de Conto (em Óbidos), o Teatro da Lua Cheia apresenta a adaptação de um conto da Indonésia.

O conto da Princesa Putri Tellur, a princesa que nasceu de um ovo, é um thriller romântico, para todas as idades, cheio de suspense e poesia.

É uma historia com maus e bons que também fala da morte do ponto de vista oriental: morrer é renascer vezes sem conta.

Este conto permite satisfazer algumas questões ligadas à temática da morte - sempre difícil de tratar com as crianças - mergulhando na magia do Oriente.

É uma boa aposta para o encerramento deste ano lectivo. Para mais informaçãoes, é só consultar o site www.obichinhodeconto.pt

terça-feira, 1 de junho de 2010

Dia Mundial da Criança


Como curiosidade... e com ilustração de Graham Franciose.


O Dia Mundial da Criança é oficialmente a 20 de Novembro, data em que foi aprovada a Declaração dos Direitos da Criança. No entanto, a sua celebração varia de país para país.

Pela primeira vez, no mundo inteiro, o dia da criança foi comemorado no dia 1 de Junho de 1950.

Princesas Esquecidas ou Desconhecidas


Quem diria que as princesas têm defeitos? Afinal são Princesas!


O autor deste brilhante livro introduz-nos num universo que não nos é desconhecido, mas indo muito mais longe do que é habitual, desafiando os limites da imaginação.
Os retratos poéticos das princesas (magnificamente ilustrados) alternam com elementos constitutivos do seu mundo encantado e encantador. A obra é um convite para uma viagem insólita e irresistível.

Como definir o álbum? É difícil... Talvez um guia prático do saber-viver real. Talvez uma enciclopédia lúdica. Talvez uma galeria de retratos. Talvez...
O temperamento das princesas enche de cor cada capítulo e, ao fazer-se um inventário de emoções, o leitor pode rever-se ou mesmo aprender a conhecer-se.


Já agora, conhece o CD de Catherine Vaniscotte inspirado no livro? Aqui fica uma pista do que lá pode encontrar.

A cantora transporta o universo do livro para as canções e, a partir de retratos musicais ou atmosferas variadas, dá vida às heroínas...

Um conto musical, onde o jazz anda a par com a salsa, a valsa ou o mambo...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Baralhando Histórias












Nunca vos aconteceu estar a contar uma história e a criança dizer "Não é verde. É vermelho"...?








Pois aqui está uma versão do "Capuchinho Vermelho" distorcida, alterada por um avô que não consegue contá-la exactamente como ela é.
Cores, citações e uma interpretação gráfica original da teoria poética do erro de Rodari, apresentada de forma humorística. Cada aspecto da história é dado num crescendo, conduzindo a um final surpreendente...
A este avô distraído, a criança tem que lembrar a cada passo como é a verdadeira história. mas ás vezes é divertido ter um avô assim...


Contada sob a forma de diálogo, a história faz-nos participar num jogo no qual brincamos com avô e neta. É a cena perfeita do leitor activo que vai para além do mero ouvinte.

O conhecido torna-se novo neste clássico contemporâneo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Oferece-me a Lua


Lembram-se da história de Pierrot, com a sua eterna lágrima a rolar pela face? Pois bem, esta é uma versão reinventada.


É Inverno em Veneza. A cidade sonha e dança sob a neve que difunde pétalas de algodão. Marcelo toca violino para Columbina. Pierrot, aproveitando a sua solidão, oferece-lhe um beijo e ela pede-lhe a lua... O resto da história? Pois cabe ao leitor descobrir.

A mensagem do livro é a do amor, num texto curto, poético, comovente e profundo, onde as personagens são os dois apaixonados da Commedia dell'arte Pierrot e Columbina. Toda a atmosfera de ternura perpassa nas ilustrações, sobretudo na forma arredondada das roupas e das caras, e também na doçura e fluidez dos traços das personagens.

A música, essa, está sempre presente - na história e na ilustração. Um conto de fadas moderno, mas com o encanto de outros tempos...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Conhece James Myhew?


Não é, de facto, um autor muito conhecido em Portugal. As suas obras não estão traduzidas nem se encontram à venda. Mas é uma pena... Vale a pena conhcê-lo.





Permitam que vos apresente este escritor/ilustrador britânico que criou uma colecção particularmente interessante: os livros da Katie.

A Katie é uma menina que gosta de entrar pelos quadros dos grandes pintores e explorá-los livremente. Como é de esperar, as histórias são repletas de aventuras e peripécias, envolvendo (também) as figuras dos quadros. Assim se introduzem as crianças no mundo da Arte, particularmente da Pintura.

Da Vinci, Van Gogh, Monet... são apenas alguns exemplos. O último livro da série é sobre pintores escoceses.

Um Presente Diferente


E se recebesse um presente que fosse uma desilusão? Às vezes acontece e as crianças nem sempre sabem lidar com isso...


Este livro, no seu estilo infantil muito particular, conta a história de dois amigos que vivem uma série de aventuras com um presente que um oferece ao outro.

Serve de pretexto para falar da amizade e do amor, do valor da partilha e da criatividade. As imagens narram tanto como as palavras, pois para entender a última página há que ter estado muito atento às anteriores, nas quais aparece um terceiro protagonista que potencia o sentido da história...

O texto é minimalista e as ilustrações de grande qualidade, pelo recurso à aguarela e ao desenho. Têm um formato extenso que ultrapassa as duas páginas e conduzem à refexão e à criação de expectativas. Assim sendo, permite rflectir com os mais pequenos sobre o sentido da decepção quando alguma coisa não sai exactamente como se esperava. É excelente para desafiar a imaginação das crianças.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Avós


O livro não é recente, mas é muito bom.


É sem dúvida um livro de homenagem aos avós e um canto à vida dos mais velhos com quem muito podemos aprender.

Conta a história de dois idosos que aceitam com naturalidade a passagem do tempo. A avó é vaidosa como uma menina e o avô adora dançar com ela... Esta narrativa ajuda-nos a entender como os mais velhos vivem o seu dia-a-dia, fazendo-nos decobrir sentimentos e emoções daqueles que um dia também foram jovens.

Através de uma estrutura acumulativa e de um texto poético, Avós ensina-nos a encontrar a beleza através dos olhos do amor e mostra-nos a vantagem de viver a vida com um sorriso nos lábios...

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Homem de Água



Finalista do Prémio Anderson 2008 e seleccionado para a III Bienal Internacional de Ilustração Infantil - Ilustrarte, este livro conta a história de alguém que, um dia, deixou a torneira aberta e não a voltou a fechar. A água, de tanto se acumular, decidiu criar um homem alto, azul, transparente e cristalino... Um homem de água!
Mas nem todos estavam contentes com o novo vizinho, um homem indubitavelmente estranho...
Um livro rico de fantasia com uma bela história simples e inteligente que nos leva a apaixonar pelo homem de água. Os tons suaves e as metáforas visuais da ilustração completam esta beleza que nos encanta.

Fresca e generosa, como o ser aquático que a protagoniza, esta é uma história sensível e poética que realça o valor da diferença e acalma a sede das palavras, emoções e sensações dos leitores...

É um bom livro para tratar de questões como a água, o meio ambiente, a convivência e a diferença.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A Grande Viagem


Algum dia, talvez dentro de pouco tempo, construirei um barco muito grande...


Assim começa esta poética história, onde um menino - com a força da sua imaginação - sonha uma viagem na qual percorrerá o mundo...enquanto todos dormem.

No seu barco - que construirá com os lençóis da cama - voará dias e noites por longínquos países até ao outro lado do mundo, onde as pessoas têm ímanes nos sapatos para se manterem presas à Terra...

Desta viagem retiram-se mensagens essenciais ao amadurecimento pessoal da criança.

Anna Castagnoli criou um discurso harmónico de grande qualidade plástica e literária.


A obra foi vencedora do Prémio Isaac Días Pardo para o melhor livro ilustrado de 2009.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ismael e Chopin



Depois de O Segredo do Rio, Miguel de Sousa Tavares vai lançar um novo livro infantil. Intitula-se Ismael e Chopin e conta a história da amizade entre um músico e um coelho.

Isamel é um coelho esperto que vai conhecer a música e, sobretudo, um jovem músico chamado Chopin... O que poderá resultar deste relacionamento?

É só comprar o livro e desobrir. A saída está prevista para 12 de Maio.

A ilustração (brilhante) é de Fernanda Fragateiro.

Um Grande Sonho


Vencedor do Prémio Ilustração Compostela, este é um livro inquietante de desenvolvimento linear e conceito muito simples, sobre a ambição e o desejo de fazer algo grandioso a deixar marca na História.

A história começa com o nascimento de um crocodilo que tem grandes sonhos e move-se nos termos do mito pelo que tem de "fundação" e de "explicação mágica" das coisas que nos rodeiam. Assim, os pequenos (e grandes leitores) são transportados ao fascinante mundo da mitologia maia e da astronomia.
O autor é mexicano e, talvez por isso, soube como utilizar essa mitologia. Senão vejamos: os astrónomos maias representavam a Via Láctea como uma serpente. Mas essa visão evoluiu para a imagem de uma canoa em forma de crocodilo. E cá temos um bom livro para nos pôr a falar de constelações e mitologia...
Já agora, encontramos na personagem traços de Ícaro (no final, o crocodilo quer igualar-se ao Sol e prefere a morte à renúncia) e de Eróstrato (o crocodilo prefere viver para sempre da fama)...
E o que o livro tem de inquietante é que admiramos a beleza das constelações e, na generalidade, entendemos a aspiração do grande sonho. No entanto, o seu protagonista é um destruidor...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A Que Sabe a Lua?


A tartaruga, o elefante, a girafa, a zebra, o leão, o raposo, o macaco... e tantos outro animais vão ter que trabalhar em conjunto nesta história de amizade e companheirismo. Estes simpáticos animais vão realizar um grande sonho (quase impossível!): provar a Lua...
Entre a fábula e a lenda, a história fala da generosidade, da solidadriedade e dos sonhos partilhados. É um óptimo livro para primeiros leitores, pois sustenta a narrativa na repetição e acumulação de personagens, à maneira dos contos tradicionais. Esta estrutura de "conto tradicional" repetitiva e sugestiva exige que, mais do que lida, a história seja contada...
Uma história de desejos que parecem inatingíveis, mas que, com a ajuda de todos, se concretizam afinal. A ternura e simplicidade que o livro deixa transparecer devem-se, em muito, às ilustrações em papel couché. Deveras cativante!

O livro está recomendado pelo PNL.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pinguim



Depois de receber um pinguim de presente, Quim tenta tudo para que ele fale. Mas não tem qualquer sorte. Obstinado e teimoso, o pinguim tem carácter e quase vence Quim. É então que a aventura começa...
A história exemplifica, na perfeição, o comportamento das crianças em idade pré-escolar e, por isso mesmo, os meninos vão adorar a "tolice" desta narrativa.
Ilustrações simples e elegantes captam quer o humor da situação, quer a angústia da criança solitária que, desesperadamente, quer que o brinquedo se transforme num ser verdadeiro.
O ponto alto da narrativa é visual e a imagem faz relembrar toda a história, revelando a importância do "lembrar" e da "partilha de experiências" na amizade.


Um pinguim silencioso (que se torna maravilhosamente eloquente) e um menino "mandão" que consegue o seu grande desejo. Eis a combinação perfeita para um livro bem conseguido.
Fica a informação de que está recomendado pelo PNL para o Jardim de Infância.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Espelho


Lembram-se de A Onda? Pois este é o mais recente álbum da autora.


Interessante. Inteligente. Excelente ideia. Simples. Admirável. Divertido. Eis algumas palavras que podem descrever este novo trabalho de Suzy Lee.
Conta a história de uma menina que se encontra com o seu rflexo num espelho. Envergonhada, de início, vai-se libertando até dançar consigo própria. A linha que separa as páginas estabelece uma fronteira ente a realidade e a ilusão (ou o reflexo do espelho)...
As imagens falam por si, sem haver necessidade de palavras, e fazem-nos lembrar uma criança a brincar com um espelho.
As ilustrações são simples, mas cheias de vida e expressão, nomeadamente na linguagem corporal da menina. E o facto de cada página da direita reflectir a anterior (como um verdadeiro efeito de espelho) cria o formato perfeito para se brincar com o livro.
Esta sedutora narrativa visual trata de assuntos muito sérios: a auto-estima, a consciência de si e dos outros e o egocentrismo (tão importante na infância). Por isso, a brincar, a brincar - em páginas que se abrem como um palco onde se desenrola uma espécie de bailado gracioso e mágico - temos neste livro um convite à descoberta de si próprio ou daquele que nos olha do outro lado do espelho...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Árvore Generosa



Era uma vez uma árvore...
que gostava de um menino.


Assim começa a história inesquecível, magistral, ternamente bem escrita e ilustrada de A Árvore Generosa.
Todos os dias, um menino vem até à árvore para comer as suas maçãs,
balouçar-se nos seus ramos ou escorregar pelo seu tronco... e a árvore é feliz. Mas à medida que o menino cresce, começa a querer mais da árvore. E a árvore dá e dá...
A polémica instala-se nesta relação, vista por muitos como um acto egoísta e, por outros, como um acto altruísta. O livro foi publicado pela primeira vez em 1964 e a história claramente mostra a infância como sendo o tempo da felicidade relativa, comparativamente com o sacrifício e a responsabilidade da idade adulta.
Por isso, independentemente da visão de cada um, esta não deixa de ser uma história terna, sarapintada com alguma tristeza em simultâneo com a consolação. Trata-se de uma parábola comovente para leitores de todas as idades, que oferece uma bela interpretação do dom de dar e uma serena aceitação da capacidade de se amar em retorno.
Duas qualidades a caracterizam: a abordagem de temas fundamentais (o tempo, a morte, a vida, amizade...) e a ilustração sóbria e precisa (a negro sobre papel creme)
Pura poesia transformada em prosa!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ainda a Ilustração...

Deixo, também, este "mimo". Mais uma prova de que a ilustração será sempre um critério fundamental na escolha de um livro. Ela pode, até, "falar por si só"... Esta é de Keitaro Sugihara.
I.

Small Wonderland from Graham Cross on Vimeo.

Uma Preciosidade - a imaginação a levantar castelos

Para o final de semana, deixo uma preciosidade. Vejam e imaginem a história. Depois, partilhem-na com as vosssas crianças. A imaginação pode mesmo levantar castelos!

I.


Argine-HD from jujube on Vimeo.

O Livro Negro das Cores




Este livro foi considerado um dos melhores livros ilustrados de 2008. Chegou há pouco às nossas livrarias, mas a sua beleza não deixa ninguém indiferente...




Basta olhar para ele: vê-lo, lê-lo, tocá-lo e imaginá-lo detalhadamente...


Tomás não pode ver as cores. Para ele, elas têm milhões de sabores, aromas, sons e emoções. A partir da escuridão dos seus olhos, Tomás convida-nos a descobrir as cores sem as ver. Por isso, o seu amigo conta como Tomás, mesmo não vendo, se consegue apropriar do mundo. Ele consegue ouvir, cheirar, tocar, saborear e imaginar as cores.
O livro é, por isso, um convite à reflexão (para quem vê) sobre aquilo que nos rodeia. E queiramos ou não, somos obrigados a reformular o mundo através dos cheiros, dos sabores, das texturas, dos sons...Ou seja, somos obrigados a recriar o mundo pela imaginação e pela criatividade.
É, com toda a certeza, um livro atípico. Para o Tomás, a cor verde cheira a relva acabada de cortar e tem sabor a gelado de menta. São as sensações sobre as cores que este menino não vê e que nós descobrinos aqui, uma a uma.

É um livro negro a colorir o mundo!
I.

Apaixonados



Há livros pequenos, livros médios, livros grandes e livros tão grandes que não cabem em lado nenhum. Assim são os da ilustradora Rebecca Dautremer





O que significa amar, quando se tem 4, 5, ou 6 anos? As múltiplas definições surgem em Apaixonados, um livro magnífico sobre as primeiras interrogações inquietantes dos mais pequenos. O Ernesto gosta de implicar com a Salomé, mas não sabe bem porquê... Assim se resume esta história, onde se vai dando voz às dúvidas das crianças, que vão exprimindo diferentes opiniões sobre o assunto.
Trata-se de um texto sobre a linguagem, a que as ilustrações dão vida. Representam crianças que parecem minúsculas ao lado de adultos alongados, como se quisessem mostrar que os pequenos ainda não têm a experiência necessária nesta matéria...
Mas cativante mesmo são as frases integradas nessas ilustrações, que dançam e volteiam em reviravoltas, seguindo o movimento das crianças num mundo desenhado à sua medida.
Há livros que valem pela história e livros que valem pela ilustração. Este vale pelas duas coisas. Até os adultos o manuseiam com ternura, com delicadeza. Porque ficam mesmo assim... Apaixonados.
I.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Uma Palavra Inicial

Desenha-se aqui um espaço informal que pretende ser de partilha e, simultaneamente, de divulgação. Livros, histórias, ilustrações e outras letras vão estar na ordem do dia. Recensões e projectos em torno dos livros e da leitura vão preencher este cantinho dedicado a educadores e professores (e, consequentemente, aos seus alunos). Na verdade, os profissionais da educação muito fazem pela leitura e com a leitura . Pena é que nem sempre seja dado a conhecer o seu trabalho...
Pois agora há lugar, aqui, para as estórias que se recortam nas linhas das histórias lidas, contadas, sentidas...
É tempo de abrir gavetas e soltar memórias. Limpar-lhes o pó e deixá-las ganhar asas para que sejam inspiradoras de novos trabalhos e novos projectos.