terça-feira, 5 de abril de 2011

Livros ou e-books?

Colocaram-me recentemente uma questão pertinente que nos deve fazer reflectir a todos (pais e professores). Perguntaram-me se os e-readers e os tablets estão a substituir os livros de "papel".

Pois não sei bem o que responder. Por um lado acho que sim, mas por outro...

As considerações que aqui tecidas expressam apenas uma opinião, não relevando de nenhuma pesquisa ou estudo estruturados.


Há já algum tempo que o mundo digital chegou aos livros. Vejam-se, como exemplo, as Bibliotecas Digitais para adultos ou para crianças, que disponibilizam centenas de livros para leitura on-line. Esta realidade é mais acentuada em países como França ou Estados Unidos, mas Portugal também já aderiu ao desafio, embora de forma mais lenta. O mesmo acontece com o livro digital (o e-book). Enquanto Espanha e França estão a seguir os passos dos Estados Unidos, apostando neste formato, Portugal ainda não tem livros disponíveis para estes novos acessórios de leitura.

Mas o assunto continua discutir-se e discute-se, sobretudo, o que está a mudar no livro especificamente para o público mais novo. Na Feira do Livro Infantil de Bolonha, o tema deu lugar a reuniões de editores e ilustradores. O ilustrador italiano Giulio Peranzoni afirmou mesmo que "Está a nascer uma nova geração de leitores que não encara o livro da mesma maneira. Havia os leitores meditativos, hoje há os que tocam nos ecrãs." Ou seja, tocar num ecrã pressupõe um dispositivo electrónico que permita ler um livro digital. Talvez seja para aí que se caminha... A questão não é pacífica nem consensual. Certo é que em 2012, de acordo com anúncio da Feira, haverá um prémio de ilustração exclusivamente para e-books e "apps".

Independentemente do rumo que as coisas tomem, o que importa é que as crianças adquiram hábitos de leitura. Não importa o suporte. Se um dispositivo electrónico pode tornar-se mais apelativo, pois permite a interactividade com a narração e a ilustração, estimulando a leitura, então não vejo razão para não ser utilizado. Por outro lado, cada dispositivo leva centenas de livros e os livros digitais são mais baratos...

No entanto, a interactividade também dispersa e o preço destes dispositivos ainda não é acessível a todos. E depois há a questão dos livros: no imediato são inexistentes em Portugal (embora já se esteja a trabalhar nisso).

Enfim, prós e contras têm que ser bem ponderados antes de tomar qualquer decisão. Mas no final, o que verdadeiramente importa é ler. Em qualquer lugar, a qualquer hora, em qualquer suporte. Quanto a mim, devo dizer que fico deliciada com o cheiro dos livros e a magia que salta das suas páginas.

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